domingo, 19 de dezembro de 2010

Dodói sim, fudido nunca! [pt.1]


Geralmente o mês de agosto é conhecido por sua grande ventania, ou pelo menos é assim na região onde vivo. Muito vento leva muita coisa, mas também traz. E trouxe-me uma bela virose. E Estava eu no meu 3º dia Catarrenta no poder em minha bela caminha. Possessa de preocupação, minha mãe então resolveu marcar uma consulta no médico.
Após minutos no carro, chegamos a um dos locais mais visados nos jornais: O Decadente Hospital Público da Cidade. E como é comum SUS = fila/espera.
Febria no poder, encontrava-se eu sentada acolhidinho nos pés de minha mãe.
Após 2 horas de espera para abrir os portões do hospital, começa um empurra empurra, por uns momentos eu me perco da minha mãe. Louca e solitária, eu fico desesperada olhando aos quatro cantos esperando reconhecer o rosto dela. Mas nada via.
Até então vi um garoto, aparentava uns 16 anos, moreninho, cabelo meio ratado (Claro que ele não era bonito) EU ESTAVA NUMA FILA DO SUS. Já viu algum doente pobre e bonito? Sua resposta pode até ser sim, mas com certeza isso não foi no Brasil.
E aquele moleque ia se chegando, até que perguntou: - Tas perdido, guri?
Respondi secamente: - NÃO, infelizmente você me achou.
Ele sorriu rapidamente, mas ainda deu para perceber que o desgraçado não tinha os dois dentes da frente, eu já tava querendo o chamar de coelhinho, porque o bicho tina orelha viu, mas daí tive que pensar em ‘morceguinho’ mesmo.
E ele pegou minha mão e olhando pra mim questionou: - Você pode me ajudar criancinha?
Não sabia como uma criança de 5 anos perdida ia ajudar um miserável de 16, mas ainda assim repliquei: - Como?
Ele carregando minha mão enquanto andava respondeu: Vem aqui que eu te mostro.
Ele começou acorrer e nos jogou em um arbusto feioso, mas que tinha elas rosinhas. Me sentia no próprio éden.
Mas quando eu vi que o peste tinha retirado a roupa e balançava sua piroca troncha, pequena e ainda mole. Pensei eu: “ Eu aqui me sentindo o adãozinho, vem essa cobra me oferecer essa fruta podre” NO NO!
 Quando o pervertido e creio eu, punheteiro puxou minha mão pra próximo da barriga dele, corri minha outra mão nos arbustos e impressionantemente minhas mãos delicadas de porcelana conseguiram puxar um cipozinho repleto de espinhos. Chicoteei a bimba dele, que jorrou algumas gotas de sangue, e enquanto ele gritava, eu corri pelos matos e tombei numa fila. Várias pessoas me olharam, como sempre fui acostumado com os holofotes, dei uma reboladinha. Foi ai que minha mãe me reconheceu e voltei aos braços dela tranqüilo e puro no poder.

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